Famílias que faziam tratamento para engravidar têm embriões trocados em laboratório nos EUA
Casal asiático passou nove meses esperando dois bebês, que nasceram muito diferentes dos pais. Após testes de DNA e decisões da Justiça, a família asiática ficou sem nenhum bebê. Famílias fizeram procedimentos na mesma clínica em Los Angeles.
Um dos maiores erros já cometidos na história da reprodução assistida no mundo. Um casal asiático passou nove meses esperando dois bebês. Achava que seriam duas meninas, mas nasceram dois meninos, muito diferentes dos pais e entre eles. Testes de DNA revelaram que o segundo bebê também não era da mulher asiática, mas de uma terceira família, que também não quis se identificar. Após testes de DNA e decisões da justiça, a família asiática ficou sem nenhum bebê.
As três famílias fizeram procedimentos na mesma clínica em Los Angeles, que agora está sendo processada pelo casal asiático e pelos armênios, como explicou o advogado deles ao Fantástico.
No Brasil, só em 2017 aconteceram mais de 36 mil ciclos de reprodução assistida, com quase 70 mil embriões transferidos. Esse tipo de tratamento já produz cerca de 8 mil bebês por ano no país. Um especialista afirma que, quando o assunto é segurança, o Brasil está até melhor do que muitos países desenvolvidos.
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Troca de embriões nos EUA
As técnicas de reprodução assistida no Brasil têm evoluído muito do ponto de vista técnico e de segurança nos últimos dez anos. Os resultados e a segurança do tratamento de fertilização in vitro em nosso meio têm sido regulamentados e o processo profundamente fiscalizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A troca de material biológico é impossível de acontecer nas clínicas credenciadas pela agência, que exige protocolos rigorosos de identificação de todo material biológico (sêmen, óvulo e embrião) manipulado no laboratório com relatórios detalhados que são enviados constantemente para o registro nacional da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SisEmbrio), publicado anualmente. O Conselho Federal de Medicina (CFM) faz reuniões bimensais e edita normas éticas dos procedimentos de reprodução assistida regularmente. Temos ainda, no Brasil, um código de ética moderno e atual, trazendo segurança e transparência nas mais de 150 clínicas de reprodução humana no território nacional.
Este fato lamentável ocorrido na Califórnia poderia ter sido facilmente evitado com a adoção das boas práticas laboratoriais em que incluímos a idoneidade e saúde mental dos biólogos e biomédicos envolvidos na manipulação dos gametas. A única explicação sobre a ocorrência nos EUA, até a presente data, seria a troca de material biológico realizada de forma premeditada e criminosa. Os profissionais envolvidos na manipulação dos gametas dos três casais sabiam o que estavam fazendo e devem ser responsabilizados pelo ocorrido. Não devemos colocar em xeque o trabalho da reprodução assistida que já resultou em mais de 8 milhões de bebês nestes últimos 41 anos
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